segunda-feira, 25 de março de 2013

Sexo casual, você topa?


Ele é como álcool, diz Catherine Townsend, que assume aqui que já provou bastante dos dois. Algumas de nós sabem lidar com ele, outras não. Tome sua postura, só não vale sofrer, ok?




Conheci Lucas, um gatíssimo instrutor de mergulho, nas minhas férias no Caribe. Ele tinha olhos lindos e alegava ser capaz de prender a respiração durante vários minutos sem voltar à superfície para tomar ar - o que comprovou depois na cama. Eu me sentia bem quando o deixei na manhã seguinte. Exatamente porque não estava obcecada em ser a "namorada perfeita" e, focando no prazer dele, fiz sexo oral pela primeira vez. Nunca mais o vi. Olhando para trás, recontando todos os drinques que tomei, fiquei surpresa ao perceber como uma noite de sexo sem compromisso lembrava um porre: ambos me deixam intoxicada, maliciosa e de pernas bambas. E não são experiências que eu gostaria de repetir toda noite. Cientistas comparam a liberação de dopamina de quando nos apaixonamos com a de usar cocaína. Para mim, a explosão de oxitocina pós-orgasmo do sexo casual é como uma noite de bebedeira. E não só porque alguns homens já vêm com advertências do tipo "Se beber, não dirija".

Algumas amigas não transam sem expectativa de bis por causa da culpa que sentiriam depois. Outras parecem imunes ao efeito colateral. Muitas mulheres escolhem o meio do caminho. "Essa decisão tem muito a ver com seu desejo no momento: ter um relacionamento ou aproveitar ao máximo sua sexualidade", diz o terapeuta sexual Ian Kerner, autor de She Comes First: The Thinking Man’s Guide to Pleasuring a Woman (inédito no Brasil). Em um estudo recente da Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos, um quinto dos entrevistados disse que sua última relação havia sido casual. A felicidade emocional dessa parcela não era menor que a de quem fez sexo com amor.

A verdade é que muitas mulheres gostam de rala e rola sem compromisso, mas têm vergonha de admitir. "Durante o último ano do meu relacionamento, o sexo era péssimo", conta Emma, 27 anos. Depois que terminou, ela arrumou três passatempos, um deles um jovem músico. "Ele era bem mais novo do que eu e ainda morava com os pais, então não tinha nenhum potencial de virar meu namorado. Mas eu pensava que passar uma noite com ele era melhor do que transar com um cara com quem eu pudesse me sentir envolvida depois. Fizemos sexo a noite inteira e ele não parava de repetir que meu corpo era lindo", diz. Já é senso comum que você deve saber seu limite para o álcool. A mesma lógica se aplica aqui. "Ter um homem nu na sua cama não é um atalho para uma conversa", alerta a minha amiga Sarah, que já fez test-drive de muitos caras. "Minha tática era me perguntar antes: vou me importar se ele não ligar no dia seguinte? Se a resposta fosse ‘Sim’, escapava." Nesse estágio inicial, não deve haver (na teoria) investimento emocional, pois vocês mal se conhecem. Mas, como Sarah diz, quando alguém está dentro de você, pode parecer mais íntimo do que de fato é. O truque: prever quando a noite vai deixá-la com ressaca emocional.

Antigamente, se eu encontrasse alguém interessante, mas que não era o homem, dormiria com ele só para ter a experiência sexual. Mas o que me levava ao êxtase cinco anos atrás me deixa com um gosto amargo na boca hoje. Assim como fazemos com a bebida, é preciso saber a hora de deixar uma festa. Estou atingindo o estágio em que é melhor ir pegar meu casaco na chapelaria. Kerner afirma que "se o que você procura é estar em um relacionamento amoroso, sexo casual pode reforçar a sensação de solidão. E cuidado ao fazer sexo com ex-namorados ou para superar um fora. Pode fazê-la sentir falta do sexo que estava tendo com alguém que amava".

Minha amiga Katie, 32 anos, ficou catando migalhas depois que levou um tchau do amado. "Fui para casa com um cara que conheci numa festa", conta. "Ele nem era muito atraente, mas fiquei machucada quando não ligou. Rejeitada de novo?" Tal reação é comum. Nós, mulheres, liberamos oxitocina, substância que faz com que a gente se ligue afetivamente a um parceiro mais facilmente que eles. "Há um pico da substância durante o orgasmo, o que aumenta a sensação de intimidade", diz Kerner. O lado bom dessa história é que nossa atitude está sempre mudando. Meus dois últimos romances começaram assim. Prova de que não importa se você é abstêmia ou o tipo de mulher que dança até o chão. É a única pessoa que pode decidir como sua vida sexual deve ser.

Minhas superlições
1. Tenha cuidado - se você está emocionalmente vulnerável, agora pode não ser uma boa hora.

2. Se ele abusar da sua hospitalidade, sinta-se livre para vestir pantufas e apresentá-lo ao Teddy, seu ursinho de pelúcia.

3. Terem trocado fluidos corporais não significa que você pode pular as boas maneiras. Sempre pergunte antes de pegar a escova de dentes dele emprestada.

4. Não beba demais. Qual a graça de fazer sexo para refrescar a mente se você não se lembrar de nada no dia seguinte?

5. Essa é a sua chance de colocar em prática uma nova fantasia. E se ele cair na risada? Você não tem planos de vê-lo de novo, certo?

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