O maior estudo realizado sobre o tema acaba de derrubar uma das maiores crenças da educação: a de que mulheres têm menos capacidade de lidar com números do que os homens devido a uma diferença biológica.
Publicado na PNAS (Proceedings of The National Academy of Science), os cientistas trabalharam com dados de 86 países e não encontraram nada que sustentasse a tese com base cinentifica
O que os especialistas encontraram para justificar tais diferenças foram fatores sociais e culturais que influenciam as opções feitas pelos sexos, mas nada de ordem física.
A ideia de que haveria diferenças biológicas fortes por trás, principalmente, da matemática, ganhou força em 2005, quando o reitor da Universidade de Harvard, Lawrence Summers, usou a ideia para justificar a escassez de grandes matemáticos do sexo feminino.
Com base em dados internacionais, os autores do novo estudo observaram que a maior presença masculina em grandes feitos matemáticos não é necessariamente comum a todos os países e está diretamente relacionada fatores culturais, não fisiológicos.
Os dados são procedentes de dois estudos internacionais, realizados em 2007 e 2009.
- Durante muitos anos foram feitas pesquisas sobre esse tema que não incluíam os países não ocidentais, o que agora foi feito, oferecendo um panorama mais intercultural - explicou Mertz.
O estudo mostra que muitas mulheres podem se sair mal em matemática, sobretudo nos países orientais, por estarem fora do sistema. Muitas escolas religiosas, assinalam os especialistas, têm poucas aulas de matemática. Além disso, muitas meninas são forçadas a deixar a escola.
- Por isso achamos que é mais razoável atribuir diferenças nas habilidades matemáticas a fatores sociais específicos de cada país.
Os autores compararam o desempenho entre gêneros de acordo com renda, educação, saúde e participação política. A conclusão é que nos países onde há mais igualdade entre os gêneros o desempenho na matemática tende a ser similar
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