quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Bebida alcoólica favorece sexo desprotegido


A relação entre o consumo de álcool e o sexo sem proteção é bastante conhecida. Várias pesquisas já demonstraram que quanto maior a quantidade de bebida ingerida, mais chances existem de praticar o comportamento de risco.
Mas ainda havia dúvidas sobre essa relação de causa e efeito. Os pesquisadores não sabiam se traços de personalidade, como a busca por prazer ou uma pré-disposição para comportamentos de risco, levavam tanto ao consumo de álcool quanto ao sexo sem proteção.
Segundo um estudo que será publicado na edição de janeiro do periódico Addiction, conceituado no que se refere a estudos sobre dependência química, a dúvida acabou: é o consumo de álcool que leva ao sexo desprotegido.

Os pesquisadores reuniram os resultados de 12 testes que mediram a relação causa e efeito entre consumo de álcool e sexo sem proteção. O resultado encontrado foi que o álcool afeta a tomada de decisões. Quanto mais álcool os participantes dos testes consumiam, maior era a vontade de fazer sexo sem proteção.
Os participantes foram divididos em dois grupos formados aleatoriamente: um consumia álcool, o outro não. Depois disso, foi medida a intenção de ter relações sem proteção. O aumento do nível de álcool no sangue de 0,1 miligramas por mililitro tinha como consequência um acréscimo de 5% na propensão de ter sexo desprotegido.
A importância da descoberta é grande. Pode servir para que sejam encontradas novas alternativas para prevenir esse tipo de comportamento de risco. Em países do primeiro mundo, mas também no Brasil, a incidência de doenças transmitidas sexualmente, como a Aids, mantém-se estável — em alguns casos até cresce. Por isso é importante descobrir meios de inibir condutas que levem ao aumento da transmissão das doenças sexualmente transmissíveis.

"Este estudo ajuda a explicar porquê as pessoas adotam esse tipo de comportamento, mesmo sabendo dos riscos: o álcool influencia o processo de decisão", afirma J. Rehm, do Centro de Dependência e Saúde Mental do Canadá, coordenador do estudo. "De hoje em diante, os programas de prevenção de aids devem levar em conta os resultados deste estudo."

Nenhum comentário:

Postar um comentário